sábado, 11 de setembro de 2010

Feirão de um porre

Embriaguez me vem aos sentidos e ao corpo. Me atinge em recôncavos profundos guardados por feras terríveis que se amansam somente por sentir seu odor de calmaria. Solta demônios esquecidos em crateras terríveis de uma consciência devastada. Liberta desejos a muito perdidos diante de uma mente que se nega a reagir.
Me veem palavras que nunca imaginaria proferir, e outras que escondia tão profundamente que a muitos já havia me esquecido de sua existência. Cometo atos lembrados como façanhas, ou como estupidezes terríveis que somente de uma mente devastada poderiam surgir.

Mas essa não afeta minha alma ou minha mente em si. Por trás de palavras mal medias e gestos pouco compreendidos mostro meu âmago. Minha imagem se revela não em figuras mas em olhares que podem se vistos e compreendidos de diversos ângulos.
Monto uma feira onde espalho minha consciência e ponho a mostra meus sentimentos e meus desejos. Procuro um tolo que possa compra-los mesmo sabendo de sua reserva a uma só dona.

Em tal shoping de horrores onde leiloou meus desejos tal V.I.P me surge de repente. Mentira. A procuro pois não aguento mais sua ausência. Ausência sofrida que no dia-a-dia esta mais presente que os que sempre estão ao lado. Passo meus preços, mostro meus itens. Toco um romance que jurava que encantaria. Mas ao fim ela se afasta e pede um tempo para comparar os preços.

Maldito mundo do consumo.

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