quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Conversa

Como que num apelo a preces antigas desejo se torna realidade,
não em sua plenitude, porem já suficiente para o podre amante.
Muitos passam, fitam, e partem imaginando oque se passa e oque virá agora,
sem saber que sob os sorrisos descarados de felicidade desmedida
passam apenas palavras de velhos amigos relembrando o passado.
Revelações surgem, lamentos são trocados, e abraços de consolo oferecidos
sem saber se estão a tampar feridas, a abri-las, ou se tais marcas já se foram.
E então como que numa queda a realidade se vê preso ao pior dos pesadelos,
com pontadas no peito cada vez mais fortes a passo que a conversa se estende.
Lagrimas o vem ao ter seu sonho banalizado diante de seus olhos,
por um vindo como uma piada de mal gosto do destino.
Mas com a força que lhe resta as engole vomitando um sorriso,
sem saber ao certo se por orgulho ou temor de a ferir ainda mais.
E com os nervos de um mestre permanece ao seu lado a todo custo,
suportando as lagrimas que lhe molham como um acido corroendo seu peito,
não apenas por virem de quem vem, mas acima de tudo de serem por quem é.
Seu peito então urra um lamento profundo e confuso que lhe ecoa por um tempo,
sem dizer se é por estar se abrindo novamente, ou por descobrir que já não se importa.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Ele em você de mim

Sempre se preocupa
Com a loucura das doses de realidade

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

E olhando aos olhos de quando esse novo
Entende a sobriedade que vem, loucura do tempo

domingo, 28 de agosto de 2011

Sempre será

Na volta a um passado, esse antes de vícios e magoas, com um copo de loira ao ver o que a muito já se foi mas nunca se esquece.
Entre titãs que se combatem tal época me volta e me lembra de tardes de paz com noites sempre predestinadas a ela.
Como que intrusa ao vivido a qual ela apenas figura, a sinto voltar em seus lábios de veludo se mostrando real protagonista.
Em tempos de inocência onde uma boca apenas tocava-me a língua e tal tratado mostrava-se tão terno e intenso assim como deveria ser.
Momentos vagos vividos entre vales me mostra a intensidade vivida tao ampla em duração tão curta que já sobrepõe-se sobre seus múltiplos.
E vivo e visualizo tantos olhares que se passam com descaso explodindo uma coração que apenas pede por resposta.
Esperando apenas pelo dia em que tal passar, tal cruzar, tal olhar me lançará sobre a que sempre passa com o grito de amar.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Passa então oque se passa,
como se nunca houvesse ocorrido.
E oque hoje vem e passa
já não sei se é comigo.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Destroços

Após a tempestade
Eles todos se calam,
Pequenos hipócritas
Profetas da bonança

E com um sorriso no rosto lhes mostro os destroços

terça-feira, 5 de julho de 2011

Ela

Ela levanta-se entao da cama, delicada e silenciosamente para não acorda-lo, inconsciente de que ele já estava, a muito, desperto, apenas a admirando.
Já de pé ela se espreguiça, como se livrando-se de todas as dores passadas, e abrindo os braços a um novo dia.
Percebendo ainda não ter sido notado ele permanece imóvel a observando. Era quase como se ela estivesse certa, como se ele ainda estivesse dormindo, pois para ele a visão que tinha diante seus olhos só poderia vir de um sonho. Ele já não conseguia desviar seu olhar nem que por um momento,tudo parecia magico, desde o modo como ela prendia o cabelo, até o modo como pegava uma de suas camisas no armário aberto e a vestia, transformandoa assim em um vestido, e cobrindo sua nudez.
Ele só conseguia se perguntar como aquilo podia estar acontecendo. Eles haviam se conhecido a pouco mais de uma semana. A dia exato ainda não o vinha a mente, algo entre a quinta ou sexta da ultima semana, havia sido um feriado bem agitado e as datas e memórias ainda se confundiam em sua mente.
Eles haviam se conhecido e ido para seu apartamento onde passaram os últimos seis dias vivendo apenas entre o quarto e a cozinha, com algumas raras vistas a outros comodos para uma pequena aventura. Porém apesar do pouco tempo ele começava a perceber que ela não era só mais uma.
Ele nunca havia sentido nada parecido ao que experimentara na ultima semana. Cada momento havia conseguido se tornar especial, e inesquecível, de um modo diferente. Observa-la daquele modo, enquanto ela fazia esses simples atos do dia-a-dia, o enchia de uma felicidade tão plena, até então experimentada apenas nos mais íntimos momentos de prazer, que ele começava a se perguntar se não seria finalmente ela a escolhida para dividir o resto de sua vida.
O que começava a crescer em sua mente era somente a duvida se aquilo, aquele sentimento que já havia dominado não só seu peito mas todo seu corpo e alma, poderia mesmo ser o tão esperado e aclamado sentimento que todo ser busca por toda sua vida, as vezes com sucesso as vezes nao.
Ela entao finalmente percebe seu olhar, e abri-lhe um sorriso, como que ciente de que apenas isso já o servia para um belo dia.
-Seu bobo, nao acredito que voce tava esse tempo todo acordado! To indo na cozinha fazer um cafezinho para mim, quer um tambem?
-Nao precisa minha linda, so de saber que voce vai estar aqui me esperando ja e' o suficiente para me deixar acordado.
Entao, como que numa magica, seu sorriso, antes meigo e terno, transforma-se no que so poderia ser descrito como um malte de luxuria e paixao. Vagarosamente ela se aproxima ate seu lado, permanecendo a beirada da cama, passa um de seus joelhos sobre ele, e curva-se dando-lhe um beijo.
-Sabia que eu amo quando voce me chama assim?- E entao levanta-se e sai do quarto, com todo seu charme e andar hipinotizante, em direcao a cozinha.
Logo apos foi como se houvesse um click em sua mente, nao existia mais duvidas, apenas uma certeza preenchia todos seus pensamentos.
-Merda, eu tenho que lembrar o nome dessa menina!