domingo, 29 de agosto de 2010

Faça valer a saudade

Não consigo acreditar que agora, logo agora, você foi embora, ou melhor, não consigo acreditar em janeiro, só em janeiro, você vai voltar. Quer dizer em janeiro você volta, mas volta pra casa, pro Brasil, e para os outros.Mas e pra mim? Pra mim só em janeiro, mas do ano seguinte.
Não consigo acreditar que aquela garota, aquela que eu conheci por meio de outros, que não era ninguém importante, no máximo uma distração engraçada para momentos sem graça, pudesse se tornar uma amiga.
Primeiro uma qualquer, entre muitas outras, saindo pra praia, pro bar e pra um ou outro rock. E de repente, pegando o lugar que pensava eu ser de outra, invadindo meu carro toda segunda, quarta e sexta de manhã. Aí começou a surgir algo. Não sei ao certo quando, ou porque, mas alguma coisa nasceu.
De uma hora para outra comecei e me ver sempre ao seu lado, seja no recreio ou pela vida a fora.Passei a dormir, dormir não , desmaiar contigo em tardes eternas embaixo de um cêu verde e sufocante. Comecei a te contar segredos, daqueles que se conta somente para os mais próximos e mais chegados. E do nada, como se fosse normal e corriqueiro, te vi ao meu lado contendo minhas lágrimas com um ombro amigo. Mas não aquele ombro estranho, desconfortável pois parece que o nega e o não quer lá, mas sim aquele irmão que parece que grita que estará lá seja para o que for.
E assim começou uma amizade, amizade forte que parece ter nascido do ventre de uma barraca bagunçada de um canto da vida. Amizade muitas vezes confundida com um outro sentimento, seja por amigos ou por namorados. Mas o que esses tolos não vêem é que estão meio certos apenas. Pois, me corrigindo de um erro que acabo de cometer, em uma coisa esses que não entendem uma real amizade acertaram. No sentimento que sinto por ti. Amor. Mas não-e desculpem-me desde já os que desmerecerei agora- esse amor efêmero de um casal de adolescentes imagina possuir. Mas sim aquele que surgiu a 300 metros e, com toda certeza,nem 8, nem muito menos 12, mil quilômetros hão de separar.
Aquele amor de uma irmão que nunca teve, aquele amor de um amigo de verdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário