quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Conversa

Como que num apelo a preces antigas desejo se torna realidade,
não em sua plenitude, porem já suficiente para o podre amante.
Muitos passam, fitam, e partem imaginando oque se passa e oque virá agora,
sem saber que sob os sorrisos descarados de felicidade desmedida
passam apenas palavras de velhos amigos relembrando o passado.
Revelações surgem, lamentos são trocados, e abraços de consolo oferecidos
sem saber se estão a tampar feridas, a abri-las, ou se tais marcas já se foram.
E então como que numa queda a realidade se vê preso ao pior dos pesadelos,
com pontadas no peito cada vez mais fortes a passo que a conversa se estende.
Lagrimas o vem ao ter seu sonho banalizado diante de seus olhos,
por um vindo como uma piada de mal gosto do destino.
Mas com a força que lhe resta as engole vomitando um sorriso,
sem saber ao certo se por orgulho ou temor de a ferir ainda mais.
E com os nervos de um mestre permanece ao seu lado a todo custo,
suportando as lagrimas que lhe molham como um acido corroendo seu peito,
não apenas por virem de quem vem, mas acima de tudo de serem por quem é.
Seu peito então urra um lamento profundo e confuso que lhe ecoa por um tempo,
sem dizer se é por estar se abrindo novamente, ou por descobrir que já não se importa.